segunda-feira, 15 de junho de 2015

Transtorno de Pânico (Síndrome do Pânico)

Bom, a ideia do Blog é dar dicas para a vida...trocar lâmpadas, receitas e tudo mais que já foi postado mostra um pouquinho disso, mas falar sobre saúde mental, mais especificamente sobre (i) transtorno do pânico, (ii) transtorno da ansiedade generalizada e (iii) depressão, condições que atingem muitas pessoas hoje em dia e que muitas vezes são de difícil diagnóstico, também é algo importante.

Portanto, farei uma série de 3 (três) posts, falando um pouquinho, de forma leiga, sobre cada uma dessas condições médicas, para que você possa reconhecê-las em você ou em alguém próximo e, com isso, procurar ajuda.

Apenas ressalto: você acha que tem ou que alguém próximo tem alguma dessas condições? PROCURE UM MÉDICO!!! Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor a recuperação (ah sim, psicólogos - das mais variadas linhas - também são bastante importantes para tratar essas condições).

Então, vamos começar com o transtorno do pânico. Imagine o cenário: X (chamaremos nosso personagem dessa forma) há algum tempo já vem se sentindo extremamente estressado(a) com seu trabalho, já vai para o emprego com aquela sensação horrível de "peso no estômago". Pode ser que X até crie certos mecanismos para tentar aliviar a chegada ao trabalho (por exemplo: se X encontrar 3 pessoas com blusa azul, o dia será bom).

Só que chega um dia, que assim que X pisa no escritório, tem diarréia e vômito, e depois falta de ar, náusea, palpitação, tremedeira, formigamento no corpo, sensação de quase morte, suor, choro, adormecimento de algumas partes do corpo, até mesmo uma ligeira paralisia na face, não consegue falar direito...e vai ao médico.

Como X teve diarréia e vômito, e muitas pessoas têm apresentado tais sintomas nos últimos tempos, quem o atende no PS não repara no restante das condições, dá um ansiolítico para X parar de tremer e conseguir falar, e diagnostica X como tendo uma infecção intestinal. Dá para X 2 dias de repouso.

Passados esses 2 dias de licença, X volta ao escritório e a mesma história se repete. Novamente, X é diagnosticado com infecção intestinal e fica mais 2 dias em casa.

Quando é hora de voltar ao escritório, X, assim que lá pisa, tem exatamente os mesmos sintomas de antes e, dessa vez, ao invés de ir a um PS "comum", procura a ajuda de um psiquiatra, já que X percebeu que seu problema não é uma infecção intestinal e está intrinsecamente ligado ao fato de que os sintomas aparecem toda vez que chega ao escritório.

Esse psiquiatra que atende X, explica que o que ele(a) teve foi um ataque de pânico, passa alguns medicamentos e sugere acompanhamento psicológico, o que é feito por X.

Passada a história, que muitos podem reconhecer, por já terem passado ou por terem visto alguém passar, vamos à teoria do que é a síndrome/transtorno do pânico. Mais uma vez, friso que é a explicação de uma pessoa leiga (sou advogada, não médica), e que o texto é uma compilação de uma pesquisa feita em sites que tratam do assunto (links ao final).

O Transtorno do Pânico atinge cerca de 1 a 2% da população. É freqüente a ocorrência de prolapso da válvula mitral em pacientes com transtorno de pânico. Algumas doenças físicas, como hipertireoidismo e feocromocitoma, podem se manifestar com ataques de pânico. Pacientes com Transtorno do Pânico podem desenvolver secundariamente quadros depressivos ou mesmo de dependência de drogas ou álcool, para tentar abrandar o quadro de pânico.

O Transtorno do Pânico habitualmente se inicia depois dos 20 anos, portanto, em sua maioria, as pessoas que tem o Transtorno do Pânico são jovens ou adultos jovens, na faixa etária dos 20 aos 40 anos, e se encontram na plenitude da vida profissional.

Normalmente são pessoas extremamente produtivas, costumam assumir grandes responsabilidades e afazeres, são perfeccionistas, muito exigentes consigo mesmas e não costumam aceitar bem os erros ou imprevistos.

Os portadores do Transtorno de Pânico costumam ter tendência a preocupação excessiva com problemas do cotidianos, têm um bom nível de criatividade, excessiva necessidade de estar no controle da situação, têm expectativas altas, pensamento rígido, são competentes e confiáveis. Freqüentemente esses pacientes têm tendência a subestimar suas necessidades físicas. Psicologicamente eles costumam reprimir alguns ou todos sentimentos negativos, sendo os mais comuns o orgulho, a irritação e, principalmente, os conflitos íntimos.

Essa maneira da pessoa ser acaba por predispor a situações de estresse acentuado e isso pode levar ao aumento intenso da atividade de determinadas regiões do cérebro, desencadeando assim um desequilíbrio bioquímico e conseqüentemente o aparecimento do Transtorno de Pânico.

As causas exatas do Transtorno de Pânico são desconhecidas, embora a ciência acredite que um conjunto de fatores possa desencadear o desenvolvimento deste transtorno, como:

·                     Genética
·                     Estresse
·                     Temperamento forte e suscetível ao estresse
·                     Mudanças na forma como o cérebro funciona e reage a determinadas situações.

Alguns traços de personalidade de pessoas propensas à Síndrome do Pânico
1. - Tendência a preocupação excessiva
2. - Necessidade de estar no controle da situação
3. - Expectativas altas
4. - Pensamento relativamente rígido (dificuldade em aceitar mudanças de opinião)
5. - Reprimem sentimentos pessoais negativos (não sabemos o que estão sentindo)
6. - Julgam-se perfeitamente controladas (duvidam que tenham problemas emocionais)
7. - São extremamente produtivas (não relaxam, sempre estão fazendo algo)
8. - Assumem grandes responsabilidades (ocupacionais e familiares)
9. - Perfeccionistas
10.- Exigentes consigo mesmas (conseqüentemente, com os outros também)
11.- Não aceitam bem os erros ou imprevistos


Alguns estudos indicam que a resposta natural do corpo a situações de perigo esteja diretamente envolvida nas crises de pânico. Apesar disso, ainda não está claro por que esses ataques acontecem em situações nas quais não há qualquer evidência de perigo iminente.

Muitas pessoas que sofrem de Transtorno de Pânico, por serem muito controladas, acreditam que esse tipo de transtorno não irá acometê-las e, algumas vezes, chegaram a subestimar pessoas com transtornos psíquicos.

De acordo com o Dr. Dráuzio Varella, o ataque de pânico começa de repente e apresenta pelo menos quatro dos seguintes sintomas:

1) medo de morrer;
2) medo de perder o controle e enlouquecer;
3) despersonalização (impressão de desligamento do mundo exterior, como se a pessoa estivesse vivendo um sonho) e desrealização (distorção na visão de mundo e de si mesmo que impede diferenciar a realidade da fantasia);
4) dor e/ou desconforto no peito que podem ser confundidos com os sinais do infarto;
5) palpitações e taquicardia;
6) sensação de falta de ar e de sufocamento;
7) asfixia;
8) sudorese;
9) náusea ou desconforto abdominal;
10)  tontura ou vertigem;
11)  ondas de calor e calafrios;
12)  adormecimento e formigamentos;
13) tremores, abalos e estremecimentos.

Com frequência, portadores da síndrome/transtorno do pânico apresentam quadros de depressão. Em alguns casos, alguns buscam no alcoolismo uma saída para aliviar as crises de ansiedade, como dito anteriormente.

Ainda com explicações do Dr. Dráuzio Varella, seguem suas recomendações para diagnóstico e tratamento do Transtorno de Pânico:

* Saiba que o diagnóstico do transtorno do pânico pode ser retardado, porque alguns dos sintomas físicos da doença podem ser confundidos com os sinais característicos do infarto;
* Procure distinguir a ansiedade normal do transtorno de ansiedade. A primeira é essencial para enfrentar os perigos reais que põem a sobrevivência em risco. Vencido o desafio, o sentimento é de alívio. Já a ansiedade patológica, uma reação desproporcional ao estímulo que a desencadeia, causa sofrimento, altera o comportamento e compromete o desempenho até mesmo das atividades rotineiras das pessoas;
* Não se automedique nem recorra ao consumo do álcool ou de outras drogas para aliviar os sintomas do pânico. Agindo assim, em vez de resolver um problema, você estará criando outros;
* Procure assistência médica. O transtorno do pânico é uma doença como tantas outras. Quanto antes for diagnosticada, melhor será a resposta ao tratamento.



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