Hoje vamos falar sobre o Transtorno da Ansiedade Generalizada (TAG).
Mais uma vez, friso que é a explicação de uma pessoa leiga, e que o texto é uma
compilação de uma pesquisa feita em sites que tratam do assunto (links ao
final).
Vamos voltar a X, que relata insônia ao seu
clínico. O médico já acompanha X há algum tempo e percebe que X está
preocupado(a) sempre que realiza exames ou necessita de alguma medicação. Ao
ser questionado(a) sobre essa preocupação, X afirma que desde a faculdade
sente-se ansioso(a) em relação a vários assuntos, tais como trabalhos que
precisa entregar, finanças no final do mês (mesmo sem nunca ter tido problemas
financeiros), assuntos de família ou mesmo questões do dia a dia. X relata que
vir ao médico é um problema, pois precisa desmarcar compromissos, não sabe como
vai fazer para buscar os filhos na escola, tem que chegar na hora marcada, etc.
Às vezes não consegue comer, tem diarréia, sente dores de cabeça e tensão
muscular com tanta preocupação. X diz não ver necessidade de realizar rituais
para aliviar as preocupações ou as crises espontâneas de medo intenso. X sente
que seu modo de ser o(a) sobrecarrega e, nos últimos
meses, tem-se sentido cansado(a) e triste.
A ansiedade é uma reação normal
diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. É
considerada normal a ansiedade que se manifesta nas horas que antecedem uma
entrevista de emprego, a publicação dos aprovados num concurso, o nascimento de
um filho, uma viagem a um país exótico, uma cirurgia delicada, ou um revés
econômico. Nesses casos, a ansiedade funciona como um sinal que prepara a
pessoa para enfrentar o desafio e, mesmo que ele não seja superado,
favorece sua adaptação às novas condições de vida.
O TAG, segundo o manual de
classificação de doenças mentais (DSM.IV), é um distúrbio caracterizado pela
“preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, persistente e de difícil
controle, que perdura por 6 (seis) meses no mínimo e vem acompanhado por 3
(três) ou mais dos seguintes sintomas:
1. inquietação,
2. fadiga,
3. irritabilidade,
4. dificuldade de concentração,
5. tensão muscular
6. perturbação do sono.
É importante registrar também que,
nesses casos, o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos
geradores do transtorno, causa muito sofrimento e interfere na qualidade de
vida e no desempenho familiar, social e profissional dos pacientes.
O TAG pode afetar pessoas de todas as
idades, desde o nascimento até a velhice. Em geral, as mulheres são um pouco
mais vulneráveis do que os homens.
Os sintomas podem variar de uma pessoa para outra. Além dos já citados
(inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão
muscular e perturbação do sono) existem outras queixas que podem estar associadas
ao transtorno da ansiedade generalizada: palpitações, falta de ar, taquicardia,
aumento da pressão arterial, sudorese excessiva, dor de cabeça, alteração nos
hábitos intestinais, náuseas, aperto no peito, dores musculares.
Embora os pacientes com TAG nem sempre sejam capazes de
identificar suas preocupações como "excessivas", eles relatam
sofrimento subjetivo por causa delas, têm dificuldade em controlá-las ou
experimentam prejuízo social ou ocupacional por causa disso.
A intensidade, duração ou freqüência da ansiedade ou preocupação
excessivas são claramente desproporcionais ao evento estressor e a pessoa
considera difícil evitar que essas preocupações interfiram na atenção e nas
tarefas que precisam ser realizadas. Normalmente ela tem dificuldade em parar
de se preocupar.
Os adultos com TAG freqüentemente se preocupam exacerbadamente
com circunstâncias cotidianas e rotineiras.
O site Psiqweb traz o quadro de critérios diagnósticos
para o TAG:
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Critérios Diagnósticos para F41.1 - 300.02 Transtorno de Ansiedade
Generalizada
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A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva),
ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos 6 meses, nos diversos eventos ou
atividades (tais como desempenho escolar ou profissional).
B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação.
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos
seguintes sintomas, presentes na maioria dos dias nos últimos 6 meses. Nota:
Apenas um item é exigido para crianças.
(1) inquietação ou sensação de
estar com os nervos à flor da pele
(2) fatiga
(3) dificuldade em concentrar-se ou
sensações de "branco" na mente
(4) irritabilidade
(5) tensão muscular
(6) perturbação do sono
(dificuldades em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e
inquieto).
D. O foco da ansiedade ou preocupação não se refere a ter um Ataque
de Pânico,ou ficar embaraçado em público (como na Fobia Social), ou ser
contaminado (como no Transtorno Obsessivo-Compulsivo).
E. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam
sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional
ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
F. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de
uma substância (droga de abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral
(por ex., hipertiroidismo).
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Preocupações derivadas do transtorno de ansiedade
generalizada não desaparecem por conta própria – pelo contrário, elas só tendem
a piorar. Por isso, tratamento e suporte médicos são imprescindíveis. Procurar
ajuda médica antes da ansiedade se tornar um problema ainda maior também é
crucial para evitar complicações.
O site Minha Vida, lista uma série de dicas para quando for
procurar auxílio médico:
Entre as especialidades que podem diagnosticar o transtorno da ansiedade
generalizada estão:
- Clínica
médica
- Psiquiatria
- Neurologia
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar
o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
- Uma
lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico
médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou
suplementos que ele tome com regularidade
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Quando
os sintomas começaram?
- Como
é sua rotina? Qual a carga de estresse que você costuma enfrentar no seu
dia a dia?
- Você
sente-se constantemente cansado, irritado e com dificuldade para se
concentrar em tarefas do dia a dia?
- Você
tem tido pensamentos ou comportamentos associados ao suicídio?
- Você
tomou alguma medida para aliviar os sintomas? E funcionou?
- Com
que frequência você se sente ansioso?
- Você
sente que a ansiedade está afetando sua qualidade de vida?
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