quarta-feira, 17 de junho de 2015

Transtorno da Ansiedade Generalizada (TAG)

Hoje vamos falar sobre o Transtorno da Ansiedade Generalizada (TAG). Mais uma vez, friso que é a explicação de uma pessoa leiga, e que o texto é uma compilação de uma pesquisa feita em sites que tratam do assunto (links ao final).

Vamos voltar a X, que relata insônia ao seu clínico. O médico já acompanha X há algum tempo e percebe que X está preocupado(a) sempre que realiza exames ou necessita de alguma medicação. Ao ser questionado(a) sobre essa preocupação, X afirma que desde a faculdade sente-se ansioso(a) em relação a vários assuntos, tais como trabalhos que precisa entregar, finanças no final do mês (mesmo sem nunca ter tido problemas financeiros), assuntos de família ou mesmo questões do dia a dia. X relata que vir ao médico é um problema, pois precisa desmarcar compromissos, não sabe como vai fazer para buscar os filhos na escola, tem que chegar na hora marcada, etc. Às vezes não consegue comer, tem diarréia, sente dores de cabeça e tensão muscular com tanta preocupação. X diz não ver necessidade de realizar rituais para aliviar as preocupações ou as crises espontâneas de medo intenso. X sente que seu modo de ser o(a) sobrecarrega e, nos últimos meses, tem-se sentido cansado(a) e triste.

A ansiedade é uma reação normal diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. É considerada normal a ansiedade que se manifesta nas horas que antecedem uma entrevista de emprego, a publicação dos aprovados num concurso, o nascimento de um filho, uma viagem a um país exótico, uma cirurgia delicada, ou um revés econômico. Nesses casos, a ansiedade funciona como um sinal que prepara a pessoa para enfrentar o desafio e, mesmo que ele não seja superado,  favorece sua adaptação às novas condições de vida.

O TAG, segundo o manual de classificação de doenças mentais (DSM.IV), é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, persistente e de difícil controle, que perdura por 6 (seis) meses no mínimo e vem acompanhado por 3 (três) ou mais dos seguintes sintomas:

1. inquietação,
2. fadiga,
3. irritabilidade,
4. dificuldade de concentração,
5. tensão muscular
6. perturbação do sono.

É importante registrar também que, nesses casos, o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos geradores do transtorno, causa muito sofrimento e interfere na qualidade de vida e no desempenho familiar, social e profissional dos pacientes.

O TAG pode afetar pessoas de todas as idades, desde o nascimento até a velhice. Em geral, as mulheres são um pouco mais vulneráveis do que os homens.

Os sintomas podem variar de uma pessoa para outra. Além dos já citados (inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono) existem outras queixas que podem estar associadas ao transtorno da ansiedade generalizada: palpitações, falta de ar, taquicardia, aumento da pressão arterial, sudorese excessiva, dor de cabeça, alteração nos hábitos intestinais, náuseas, aperto no peito, dores musculares.

Embora os pacientes com TAG nem sempre sejam capazes de identificar suas preocupações como "excessivas", eles relatam sofrimento subjetivo por causa delas, têm dificuldade em controlá-las ou experimentam prejuízo social ou ocupacional por causa disso.

A intensidade, duração ou freqüência da ansiedade ou preocupação excessivas são claramente desproporcionais ao evento estressor e a pessoa considera difícil evitar que essas preocupações interfiram na atenção e nas tarefas que precisam ser realizadas. Normalmente ela tem dificuldade em parar de se preocupar.

Os adultos com TAG freqüentemente se preocupam exacerbadamente com circunstâncias cotidianas e rotineiras.

site Psiqweb traz o quadro de critérios diagnósticos para o TAG:

Critérios Diagnósticos para F41.1 - 300.02 Transtorno de Ansiedade Generalizada
A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos 6 meses, nos diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional).
B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação.
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes sintomas, presentes na maioria dos dias nos últimos 6 meses. Nota: Apenas um item é exigido para crianças.
(1) inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele
(2) fatiga
(3) dificuldade em concentrar-se ou sensações de "branco" na mente
(4) irritabilidade
(5) tensão muscular
(6) perturbação do sono (dificuldades em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto).
D. O foco da ansiedade ou preocupação não se refere a ter um Ataque de Pânico,ou ficar embaraçado em público (como na Fobia Social), ou ser contaminado (como no Transtorno Obsessivo-Compulsivo).
E. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
F. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (droga de abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral (por ex., hipertiroidismo).

Preocupações derivadas do transtorno de ansiedade generalizada não desaparecem por conta própria – pelo contrário, elas só tendem a piorar. Por isso, tratamento e suporte médicos são imprescindíveis. Procurar ajuda médica antes da ansiedade se tornar um problema ainda maior também é crucial para evitar complicações.

O site Minha Vida, lista uma série de dicas para quando for procurar auxílio médico:

Entre as especialidades que podem diagnosticar o transtorno da ansiedade generalizada estão:

  • Clínica médica
  • Psiquiatria
  • Neurologia

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:

  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

  • Quando os sintomas começaram?
  • Como é sua rotina? Qual a carga de estresse que você costuma enfrentar no seu dia a dia?
  • Você sente-se constantemente cansado, irritado e com dificuldade para se concentrar em tarefas do dia a dia?
  • Você tem tido pensamentos ou comportamentos associados ao suicídio?
  • Você tomou alguma medida para aliviar os sintomas? E funcionou?
  • Com que frequência você se sente ansioso?
  • Você sente que a ansiedade está afetando sua qualidade de vida?



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